terça-feira, 30 de novembro de 2010

Memória do dia 23 de novembro de 2010

MEMÒRIA DIA 23/11/2010

Iniciamos o encontro com uma bela visão de um passarinho no seu ninho trazendo comida para os seus filhotes, um aprendizado de pura simplicidade da natureza. Depois a Marja realizou a leitura da memória do dia 16 de novembro. Neste encontro não contamos com a presença da Franciele.
A Tana iniciou questionando a professora Mari, quanto a um texto que poderíamos criar no final da disciplina na tentativa de construir um artigo juntos sobre os assuntos abordados nas nossas aulas. A professora Mari respondeu que a idéia é de fazermos um texto individual sobre o tema de pesquisa de cada um, relacionando-o aos conceitos estudados, e que, depois disso podemos planejar para o início do próximo semestre um fechamento e com isso um possível artigo sobre os assuntos visto em aula. 
No decorrer do encontro a Tana relatou o evento que ela foi na última terça-feira sobre o projeto UCA (Um Computador por Aluno), onde ela falou sobre as experiências de alguns alunos e professores neste projeto.
A Tana iniciou as reflexões sobre o terceiro ponto do capítulo oito do livro do Tardif "O papel do saber dos professores na reforma: diversidade e ambigüidade dos saberes profissionais" na página 294. Onde o autor inicia com várias perguntas: Que saberes encontramos na base da profissão docente? Quais são as fontes desses saberes e seus modos de integração no trabalho dos professores? Quem produz e os legitima? Os professores são somente transmissores de saberes ou produzem um saber específico? Na sequência do capítulo o autor traz seis pontos importantes sobre as tendências da identidade profissional tanto dos professores quanto dos formadores universitários: O primeiro é "qual é a natureza desse saber profissional que seria específico aos práticos?" (p.298) O segundo item: "Esse saber pode ser objetivado e incorporado tal e qual nos programas de formação de professores?" (p.298) No terceiro item escreve: "Por outro lado, a epistemologia da prática afirma que a atividade profissional representa uma fonte espontânea de aprendizagem e de conhecimento." (p.299) No quarto item: "Concentrar a reforma no saber profissional dos professores não seria uma maneira de perder aquilo que certos pesquisadores que trabalham no Brasil chamam de "saberes sociais", isto é, os conhecimentos da vida corrente enraizada nas estruturas de dominação política?" (p.300) No quinto item: "Qual será o lugar e o significado das pesquisas de natureza mais fundamental ou crítica em relação aos saberes profissionais?" (p.300) e no sexto e último item: "Se pretende reconhecer o saber dos professores, como esse reconhecimento vai se manifestar concretamente dentro do sistema de ensino?" (p.300 e 301)
Para finalizar os estudos do livro a Tana fez uma leitura na última parte do livro: "Enquanto a década de 1990 foi dominada pela implantação das reformas, pode-se esperar que a década que se inicia seja dominada por tensões e até mesmo contradições entre diversas concepções do saber dos professores e, de maneira mais ampla, de sua função tanto na escola quanto na sociedade." (p.303) Comentou-se ser isso exatamente o que estamos vivendo nos dias de hoje.
No intervalo fomos até o bar Happy Station comermos uma deliciosa salada de frutas financiada pela professora Mari.
No retorno iniciamos os relatos sobre o filme Stella, onde todos comentaram as partes do filme que mais chamaram atenção. Foram vários comentários de várias partes do filme. Um dos pontos comentados foi os saberes que Stella tinha da experiência de vida, onde a personagem fala: "Sei tudo sobre futebol, sei fazer coquetéis e jogar fliperama, só no resto sou péssima."
Depois fizemos uma reflexão do texto "Lendo Stella: Um mote para pensar o fundamental na escola de ensino fundamental" do autor Antonio Flavio Barbosa Moreira. A professora Mari salientou sobre a cultura escolar, uma cultura que é peculiar, uma cultura discente, uma cultura docente e que nem sempre estas culturas dialogam.
Ficou combinado para a próxima semana que todos tragam pelo menos apontamentos de tudo que estudamos neste semestre, que possa ajudar na dissertação de cada um,  para uma discussão.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Memória do dia 16 de novembro de 2010


Memória da aula do dia 16/11/2010...  
O colega Jones formalizou o início do nosso encontro com a leitura da memória da aula anterior que ele havia realizado. Registramos a ausência da nossa colega Tana que está participando do lançamento do Projeto UCA – Um Computador por Aluno, objeto da sua investigação no mestrado.
Continuamos com as reflexões do Capítulo VII do livro do Tardif.  O autor, neste capítulo, nos traz resultados de pesquisas realizadas por ele e/ou em parceria com colegas. Um destes resultados é a idéia de que os saberes construídos pelos professores são temporais, ou seja, adquiridos através do tempo de vida e de carreira profissional. Tardif nos fala que os saberes são utilizados e se desenvolvem no âmbito da carreira, isto é, de um processo de vida profissional de longa duração do qual fazem parte dimensões identitárias e dimensões de socialização profissional, bem como fases e mudanças. p.262.
Prof. Mari destaca que os estudos que tratam da carreira docente mostram  a importância da primeira fase ((primeiros 5 anos), onde muitas vezes é definida a continuidade ou não na profissão e da última fase, onde pode haver um  desinvestimento na carreira quando o professor/a está nos seus últimos anos de atuação. Alerta, porém, que as “fases” da carreira, embora apresentem algumas características gerais, são vividas diferentemente pelos diferentes sujeitos. Nos conta sobre pesquisas da Prof. Silvia Isaias que nos alertam que os fatores externos influenciam nos movimentos dos profissionais com relação a sua carreira.
Falamos sobre a importância de se trabalhar com a individualidade dos alunos. Tardif nos traz esta questão na página 267 quando diz que o objeto do trabalho do docente são seres humanos e, por conseguinte, os saberes dos professores carregam as marcas do ser humano. Nos apresenta elementos para pensar  que a dinâmica da sala de aula exige sensibilidade do educador pois mesmo que trabalhe com o grande grupo é preciso atingir os indivíduos que os compõem, pois são os indivíduos que aprendem. (p. 267)
Discutimos sobre os desafios com que se depara o docente para conseguir olhar para cada aluno, suas necessidades e saberes. Geralmente nossas turmas são grandes, trabalhamos com a média – falamos para o todo. Para lidar com as individualidades é preciso conhecer cada um e valorizar seus conhecimentos, a realidade da maioria das salas de aula (na escola ou na universidade) não favorece esta habilidade.
A colega Franci inicia as discussões sobre o capítulo VIII com a leitura de uma noticia retirada do Yahoo Notícias que relata um protesto estudantil pela qualidade do ensino. Destacamos a importância destes movimentos, mas principalmente que, muitas vezes, estas manifestações são utilizadas com objetivos não explícitos e o grupo como massa de manobra de interesses maiores, que nem sempre são aqueles anunciados no protesto/manifestação.
Discutimos sobre os diferentes saberes e saberes específicos para cada atividade. Prof. Mari nos fala sobre uma palestra do Prof. Novoa que defende  iniciativas de faculdades de educação que indicam/inserem os melhores alunos para serem professores dos primeiros anos do Ensino Fundamental, partindo do principio de que aqueles que foram melhores alunos seriam melhores professores.
Prof. Mari nos auxilia a refletir que precisamos ter cuidado com estas “regras” para definir bons professores pois estas relações não podem ser vistas de forma tão linear. Bons alunos não podem ser considerados bons professores a priori. Existem saberes específicos e necessários para as diferentes atividades.
Falamos sobre os conceitos transmissão de conhecimento (utilizado por Tardif) e Diálogo (por Paulo Freire). Prof. Mari nos diz que este conceito é utilizado por Tardif sem constrangimentos, não problematizando o conceito, porém não é pensado de forma reprodutivista e não se distancia da idéia de Diálogo utilizada por Freire.
Realizamos algumas combinações e encaminhamentos para as próximas aulas:
- dia 23/11 concluiremos as discussões do Capítulo VIII encerrando a leitura do livro do Tardif e discutiremos o filme Stella com as contribuições do texto de Antonio F. Barbosa Moreira deixado pela professora no xerox;
- dia 30/11 – último encontro do grupo traremos reflexões escritas (em forma de texto) e faremos o fechamento da disciplina.
Nossa aula foi como sempre recheada de exemplos e situações trazidas pelo grupo e principalmente pela professora. Histórias e comentários que nos auxiliam muito a compreender os temas estudados e situá-los em um contexto mais amplo de desafios da escola/universidade nos dias atuais.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Memória do dia 09 de novembro de 2010

MEMÒRIA DIA 09/11/2010
Iniciamos a nossa aula com leitura da memória do dia 26 de outubro de 2010 feita pela colega Marja. Logo após o Jones iniciou os trabalhos com a continuação do capítulo 6 “Os Professores enquanto sujeitos do conhecimento” do livro do Tardif.
Num primeiro momento o Jones trouxe a Revista Nova Escola[1] onde traz na capa “O professor do futuro é você” destacando que este professor do futuro deve estar em constantes atualizações e, segundo a revista, o primeiro ponto é o de fazer um mestrado e o segundo de utilizar as tecnologias como ferramenta para a educação.
Ainda utilizando a revista como referência discutimos a reportagem “Saberes Científicos e saberes de ação caminha juntos” que traz uma entrevista com a professora francesa Anne-Marie Chartier, neste debate veio as seguintes perguntas: Um professor é capaz de alfabetizar somente com base nas experiências adquiridas em sala de aula? Qual a diferença entre os saberes científicos e os saberes da ação? Que influências os materiais didáticos exercem sobre a atuação dos professores em sala de aula?
Depois retornamos para as discussões do livro a partir da página 237 onde falamos das consequências práticas e políticas onde o autor defende duas teses:
·         “Primeira tese: os professores são sujeitos do conhecimento e possuem saberes específicos ao seu ofício.
·         Segunda tese: a prática deles, ou seja, seu trabalho cotidiano, não é somente um lugar de aplicação de saberes produzidos por outros, mas também um espaço de produção, de transformação e de mobilização de saberes que lhe são próprios.” (p.237)
  Depois discutimos sobre os quatros pontos importantes, segundo o autor, sobre a pesquisa universitária:
1.      “Em primeiro lugar, ela propõe que se pare de ver os professores de profissão como objetos de pesquisa e que eles passem a ser considerados como sujeitos do conhecimento.” (p.238)
2.      “Em segundo lugar, essa perspectiva propõe a elaboração de novas formas de pesquisa universitária que considerem os professores de profissão não como cobaias, estatísticas ou objetos de pesquisa, mas como colaboradores e até como copesquisadores.” (p.238)
3.      “Em terceiro lugar, essa perspectiva visa a produzir, pelo menos numa parte das ciências da educação, uma pesquisa não sobre o ensino e sobre os professores, mas para o ensino e com os professores.” (p.239)
4.      “Finalmente, em quarto lugar, a perspectiva aqui defendida exige, por parte dos professores de profissão, o esforço de se apropriarem da pesquisa e de aprenderem a reformular seus próprios discursos, perspectivas, interesses e necessidades individuais ou coletivos em linguagens susceptíveis de uma certa objetivação.” (p.329)
Na continuidade foram discutidos alguns pontos sobre a formação dos professores que se encontram nas páginas 240 e 241. Por último foram  discutidas as consequências políticas onde o autor escreve: “Ora, o que vejo em meu país e em muitos outros é uma profissão docente dividida que luta muitas vezes contra si mesma.” Finalizando este capítulo o autor deixa uma mensagem de união para fortalecer a profissão: “Defendo, portanto, a unidade da profissão docente do pré-escolar à universidade. Seremos reconhecidos socialmente como sujeitos do conhecimento e verdadeiros atores sociais quando começarmos a reconhecer-nos uns aos outros como pessoas competentes, pares iguais que podem aprender uns com os outros. Diante do outro professor, seja ele do pré-escolar ou da universidade, nada tenho a mostrar ou a provar – mas posso aprender com ele como realizar melhor nosso ofício comum.” (p.244)
Realizamos um pequeno intervalo e aproveitamos para tirar algumas fotos para colocar no nosso Blog[2]
            Depois do intervalo a Marja iniciou os trabalhos sobre o capítulo 7 “Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários”. De inicio a Marja entregou um resumo deste capítulo e junto um slide feito no PowerPoint também sobre este capítulo.

  O primeiro ponto fala da crise do profissionalismo onde ele discute a profissionalização docente a partir da profissionalização de outros profissionais. Depois na página 250 o autor escreve sobre a crise da perícia profissional onde a professora Mari comentou que hoje a perícia não está somente na pessoa, mas espalhada por aí.
Sobre a ética profissional a professora Mari lançou alguns questionamentos: Que valor tem o nosso conhecimento na educação? Que valor tem a nossa formação? Que valor para nós tem a ética? Que valor para nós tem a confiança dos alunos em nós?
Finalizamos a aula discutindo os seis pontos que o autor traz sobre a epistemologia da prática profissional:
1.      Uma volta a realidade;
2.      Não se deve confundir saberes;
3.      Sair dos laboratórios de pesquisa;
4.      Para de considerar os professores como “idiotas cognitivos”
5.      Definição não-normativa (deve ser)
6.      Perspectiva ecológica
Encerramos o encontro na página 260, e ficou combinado que na próxima aula a Marja continua este capítulo e a Franciele iniciará o capítulo 8.


[1] Edição 236 de outubro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Memórias do dia 26 de outubro de 2010


Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
Programa de Pós-graduação em Educação
Disciplina: 1º Seminário - Linha de Pesquisa II –
"Formação de professor, saberes docentes e mediações pedagógicas"


                                       
ANIVERSÁRIO DA PROFESSORA MARI!!!!!!

Memória da aula do dia 26/10/2010
Iniciamos nossa aula com a leitura da memória do encontro anterior realizada pela Tana e com a Prof. Mari socializando suas viagens ao Canadá e a Reunião Anual da ANPED – Caxambu. Nos relatou aprendizagens/curiosidades e também algumas questões sobre as diferenças culturais encontradas por ela.
Prof. Mari nos relatou sobre a sua visita ao Tardif quando da participação dela e demais professoras no LASA. Nos mostrou  o último livro do autor, ainda somente em francês. Este livro trata de uma questão bem atual na America do Norte: os técnicos nas escolas que executam tarefas desempenhadas hoje em dia somente pelos professores aqui no Brasil e demais problematizações em torno desta questão especialmente o papel secundário ocupado pelos professores e a reconfiguração do trabalho educativo no interior das escolas. Livro - A Divisão do trabalho Educativo:  uma perspectiva Norte-americana.
Franci nos trouxe suas reflexões sobre o Capitulo V do livro do Tardif.  Relatou que o capitulo é bem denso e que levanta várias questões importantes para serem problematizadas, especialmente sobre o conceito de saber. O que vem a ser saberes dos professores? Foi discutido que o saber é caracterizado pela racionalidade.
Paramos um pouco para saborear os docinhos e salgadinhos trazidos pela professora em comemoração ao seu aniversário.
Dentre os destaques Jones levantou a questão (que Tardif problematiza no seu livro) sobre professor e cientista. Falamos que ser professor hoje exige especificidades. Prof. Mari nos trouxe a reflexão de que profissionais de outras áreas que entram para docencia, muitas vezes precisam buscar desenvolver habilidades especificas para aula.
Jones levantou a questão: todos os professores deveriam ser pesquisadores? Prof. Mari levantou alguns elementos para discussão: o professor não precisa necessariamente ser pesquisador. Existem habilidades especificas para cada um. Pode o professor ter atitude investigativa, provocadora, promover reflexões com seus alunos para qualificar o processo educativo. Disse-nos também que se idealiza que os professores possam pesquisar, porém esta não é a única forma de ser bom professor. Acredita-se que se o professor tiver uma atitude investigativa qualifica a aprendizagem, porém isto não pode ser tomado como regra.
Jones nos trouxe um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=GTd2rWdrSTY) para iniciar as discussões do capítulo VI. Relatou que procurou um vídeo que articulasse os termos chave que serão abordados pelo autor nesta parte do texto: saber, competências, habilidades. O vídeo, A Filosofia do Camelo, tem como reflexão principal: “Habilidades, conhecimento, capacidade e experiências só são úteis se você estiver no lugar certo”. Trazendo esta questão para docência e saberes destacamos que cada sala de aula é uma realidade diferente, são necessários saberes e habilidades específicas para cada realidade.
Prof. Mari e Jones destacam que  a partir deste capítulo o autor nos traz reflexões sobre a formação e sua relação com a prática profissional. A relação universidade e escola.
Surgiu a questão do professor como ator: Prof. Mari destaca que Tardif traz a reflexão do professor ator no sentido forte do termo, ator como protagonista, no sentido de autoria, e não ator que representa/encena. Professor, diz Tardif, “é um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua prática a partir dos significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele estrutura e a orienta” (Tardif, 2002, p. 230)
Jones nos trouxe outro vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=TTuhGN2s4c4&feature=related) para pensar a relação teoria-prática. Discutimos sobre o quanto é preciso pensar estas duas dimensões de forma relacionadas, como duas faces da mesma moeda. Tardif diz que “ o trabalho dos professores de profissão dever ser considerado como um espaço pratico específico de produção, de transformação e de mobilização de saberes e, portanto, de teorias, de conhecimentos e de saber fazer específicos ao oficio de professor” (p. 234) É preciso valorizar a teoria na prática, dar espaço no teórico para o saber prático, que não se dá, mesmo nas nossas aulas. A academia não reconhece os saberes da prática.
Finalizamos os trabalhos na página 236 do capítulo VI. Na próxima aula retomaremos as discussões deste capítulo e do capítulo VII.
Presentes no encontro: Prof. Mari, Tana, Marja, Jones e Franci.
Responsável pela construção desta memória: Marja

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias do dia 05 de outubro de 2010

Participantes:

•    Mestranda Franciele Zarpelon Corrêa
•    Mestrando Jones Quadros da Silva
•    Mestranda Marja Leão Braccini
•    Mestranda Tana Cassia Malacarne Martins


Memórias de um seminário:
São Leopoldo, 05 de Outubro de 2010

Iniciamos nossa aula com uma sensação de órgãos, nossa mestra, Profª. Mari encontra-va-se em viajem ao Canadá, onde encontraria o autor do livro que temos trabalhado Maurice Tardif (TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.).
Como de costume, iniciamos nossa aula através da leitura da memória da aula passada, realizada pela colega Franciele.
Jones iniciou entregando um resumo do Cap.4 o qual estava sob sua responsabilidade e nos colocou que dentro de seus apontamentos, quando Tardif fala sobre a educação enquanto interação (p.165), encontrou muita coisa pertinente ao assunto de sua dissertação.
“Podemos definir, esquematicamente, o conceito de interação dizendo que ele se refere a toda forma de atividade na qual seres humanos agem em função uns dos outros” (p.166).
Ao realizarmos uma análise do Quadro 3 – Oito tipos de ação na educação (p.169), Jones destacou:
                             •    educação é uma interação social;
                             •    educação é uma atividade de expressão de si mesmo;
                             •    educação é uma atividade de comunicação.
Jones trouxe ainda os fios condutores (p.174) apresentados pelo autor sobre as atividades educativas e do ensino.
Para finalizar sua atuação, nosso representante do sexo masculino (vulgo Jones) trouxe um texto de Martha Medeiros: Na terra do SE (Zero Hora, 19/09/2010) que inicia dizendo: “Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.” e termina dizendo que “Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.”.
A colega Franciele preferiu não iniciar a leitura de seus apontamentos referentes ao Cap. 5 de Tardif, mas sim discutir dois textos de Itamar Melo: Meritocracia em debate e Meritocracia em debate: sete ideias para qualificar os professores (ClicRBS: O X da Educação, 18/06/2010).
“Uma realidade de implicações profundas está emergindo de estudos educacionais re-centes: a de que o fator mais decisivo para definir o quanto uma criança aprende na escola é a qualidade do seu professor. O economista americano Eric Hanushek, da Universidade de Stan-ford, pesquisador eminente na área, descobriu que o aluno de um professor excelente em uma escola ruim aprende mais do que o de um professor ruim em uma escola excelente.”
Diante deste parágrafo a colega Marja levantou as seguintes questões: Como definir se um professor é excelente ou não? Como um aluno aprende mais ou menos?
Tana completou levantando a questão: Como definir os parâmetros de qualidade ou os critérios de avaliação?
Foi lançada a idéia da competição entre os professores por dinheiro diante da passagem “... Deve-se premiar o professor que ensina melhor e punir o que não consegue?” e Tana acre-dita que se a competição fosse por qualidade e beneficiasse os alunos, seria positiva, mas que não é o que de fato ocorre.
Jones lançou a idéia de provocar uma interação com Itamar Melo, colocando nossas ob-servações a cerca de seus textos.
Franciele por sua vez, ficou de ver a possibilidade de encaminharmos um artigo à Zero Hora com nossos debates.
No texto Meritocracia em debate: sete ideias para qualificar os professores, destacamos no item 2 - Tornar a carreira mais atrativa, onde o problema: a profissão atrai, em geral, pesso-as que não se destacaram na vida escolar. Os mais talentosos procuram outras atividades, foi comentado pela colega Marja, na qual a idéia a fez lembrar da triste frase: “Quem sabe faz, quem não sabe, ensina.”.
Diante desta frase e do avançado da hora, encerramos nosso encontro por aqui, ficando o Cap. 5 da colega Franciele para a próxima aula, bem como o Cap. 6 do colega Jones.
Lembro que nossa próxima aula seria dia 12 de outubro, mas em virtude do feriado de Nossa Senhora Aparecida e do fato de que no dia 19 de outubro nossa mestra Profª. Mari estará na 33ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) em Caxambu/MG, nossa próxima aula fica marcada para 26 de outubro, onde teremos ainda a comemoração do aniversário da Profª. Mari.

Memórias do dia 28 de setembro de 2010


MEMÒRIA DIA 28/09/2010

Conforme fazemos a cada terça-feira, iniciamos a aula com a leitura da memória do seminário realizado em semana anterior. Após, Jones traz a ideia de que fizéssemos uma aula diferenciada, podendo ser no fim do mês, a partir dos conteúdos trabalhados em sala de aula, para maior fixação através de estímulo ao visual. A professora Mari, por sua vez, acha interessante a ideia e indica o Filme Stella.[1]
 
Em início de conversa, temos também sob a indicação de Mari os livros: O ofício do professor (fala também sobre o impacto das TICs) e O trabalho docente, ambos do autor Tardif, que a professora terá a oportunidade de fazer uma visita no Canadá, trazendo novidades a partir de algumas dúvidas e curiosidades que tivemos em aula. Entretanto, Mari salienta que o olhar de Tardif em relação ao profissional docente advém do que o mesmo conhece no Canadá, porém isso não significa que suas ideias não poderão ser consideradas em outros países. A revista “Educação e Sociedade” também é lembrada, especialmente por tratar em um número especial, sob a forma de dossiê, do tema saberes docentes, que estamos estudando.
Posteriormente, a colega Tana dá continuidade a alguns apontamentos acerca da leitura do capítulo 3 do livro Saberes Docentes e Formação Profissional. Entre estes, percebemos que na relação professor/aluno, pode haver uma Estimulação externa, porém a Motivação acontece internamente. Exemplo disso, o conhecimento pode ser o estímulo para a nossa motivação.
No advir dessa discussão, a professora Mari adverte que quando há muitos estímulos, esses podem até mesmo atrapalhar na aprendizagem. Onde, Jones relaciona a importância do uso da imagem, bem como da internet enquanto subsídio para esse aprendizado, no qual eu acrescento a questão do hipertexto (imagem/escrita), muito presente nas páginas e linguagem da internet atualmente.
Outra questão discutida, refere-se ao status ocupado pelos diferentes campos de conhecimento, Mari menciona que isso decorre a partir dos valores que lhes são atribuídos e também que estabelecem hierarquias. Nisso, lembro do histórico de cursos como direito e medicina, que por serem os primeiros no meio acadêmico criaram percepções diferenciadas perante a sociedade. Onde, Tana complementa no caso das licenciaturas que em outras épocas tinham uma visualização mais idealizada, “Oh, minha filha vai ser professora”, nessa perspectiva salienta que em tempos contemporâneos foi alterada essa representação do professor.
Novamente a tensão entre autoridade e autoritarismo pauta nossa discussão, onde muitas vezes o professor depara-se com situações, que deixam dúvidas quanto as ações que devem tomar, ainda mais no âmbito do momento em que vivemos, onde há a iminência de relações professor/aluno mais democráticas do que o processo histórico nos mostra em tempos passados. Outro fator tocante a autoridade condiz com o apontamento feito por Tardif (2002, p. 139) “De fato, os professores insistem frequentemente na importância de sua ‘personalidade’ como justificativa para a sua competência e como fonte de seu êxito com os alunos.”
Nessas relações humanas, entre professor e aluno faz-se também fundamental uma confluência a partir do cognitivo/afetivo. Jones sinaliza outra citação do autor, onde “Nesse tipo de atividade, a personalidade do trabalhador, suas emoções, sua afetividade fazem parte integrante do processo de trabalho: a própria pessoa, com suas qualidades, seus defeitos, sua sensibilidade [...] torna-se um instrumento de trabalho”. (TARDIF, 2002, p. 142).
No concatenar da ideia de professor enquanto trabalhador mental, professora Mari fala da importância de desenvolver, conforme aponta Terezinha Rios “Competências técnicas, estéticas, éticas, políticas...”. Ainda, a partir de um panorama ético, discutimos sobre o pesquisador no desenvolvimento de seu trabalho investigativo. Jones traz a provocação do que seria o exercício desses profissional “pesquisador ou manipulador de dados?”, onde refletimos a cerca do uso de um simples gravador e a importância de questionar os entrevistados sobre a possibilidade dessa utilização, isso revelaria uma preocupação ética com os fornecedores de informação.
Ocorre nesse momento, também a lembrança de Mari do sociólogo português  Boaventura de Souza Santos que, em pesquisa realizada em favela no Rio de Janeiro, teve  sua chegada objetada por  desconfiança, visto que menciona estar pretendendo fazer uma investigação;  como em Portugal investigação é pesquisa, no Brasil quando falou que faria isso, o grupo de pessoas pensou que seria uma investigação policial/criminal.
Por fim, visto que não conseguimos finalizar a discussão do capítulo, deixamos para que na próxima semana, no dia 05/10/2010 Jones retome com a abordagem de Tardif e eu de continuidade a partir do capítulo 5 do mesmo autor.