terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias do dia 05 de outubro de 2010

Participantes:

•    Mestranda Franciele Zarpelon Corrêa
•    Mestrando Jones Quadros da Silva
•    Mestranda Marja Leão Braccini
•    Mestranda Tana Cassia Malacarne Martins


Memórias de um seminário:
São Leopoldo, 05 de Outubro de 2010

Iniciamos nossa aula com uma sensação de órgãos, nossa mestra, Profª. Mari encontra-va-se em viajem ao Canadá, onde encontraria o autor do livro que temos trabalhado Maurice Tardif (TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.).
Como de costume, iniciamos nossa aula através da leitura da memória da aula passada, realizada pela colega Franciele.
Jones iniciou entregando um resumo do Cap.4 o qual estava sob sua responsabilidade e nos colocou que dentro de seus apontamentos, quando Tardif fala sobre a educação enquanto interação (p.165), encontrou muita coisa pertinente ao assunto de sua dissertação.
“Podemos definir, esquematicamente, o conceito de interação dizendo que ele se refere a toda forma de atividade na qual seres humanos agem em função uns dos outros” (p.166).
Ao realizarmos uma análise do Quadro 3 – Oito tipos de ação na educação (p.169), Jones destacou:
                             •    educação é uma interação social;
                             •    educação é uma atividade de expressão de si mesmo;
                             •    educação é uma atividade de comunicação.
Jones trouxe ainda os fios condutores (p.174) apresentados pelo autor sobre as atividades educativas e do ensino.
Para finalizar sua atuação, nosso representante do sexo masculino (vulgo Jones) trouxe um texto de Martha Medeiros: Na terra do SE (Zero Hora, 19/09/2010) que inicia dizendo: “Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.” e termina dizendo que “Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.”.
A colega Franciele preferiu não iniciar a leitura de seus apontamentos referentes ao Cap. 5 de Tardif, mas sim discutir dois textos de Itamar Melo: Meritocracia em debate e Meritocracia em debate: sete ideias para qualificar os professores (ClicRBS: O X da Educação, 18/06/2010).
“Uma realidade de implicações profundas está emergindo de estudos educacionais re-centes: a de que o fator mais decisivo para definir o quanto uma criança aprende na escola é a qualidade do seu professor. O economista americano Eric Hanushek, da Universidade de Stan-ford, pesquisador eminente na área, descobriu que o aluno de um professor excelente em uma escola ruim aprende mais do que o de um professor ruim em uma escola excelente.”
Diante deste parágrafo a colega Marja levantou as seguintes questões: Como definir se um professor é excelente ou não? Como um aluno aprende mais ou menos?
Tana completou levantando a questão: Como definir os parâmetros de qualidade ou os critérios de avaliação?
Foi lançada a idéia da competição entre os professores por dinheiro diante da passagem “... Deve-se premiar o professor que ensina melhor e punir o que não consegue?” e Tana acre-dita que se a competição fosse por qualidade e beneficiasse os alunos, seria positiva, mas que não é o que de fato ocorre.
Jones lançou a idéia de provocar uma interação com Itamar Melo, colocando nossas ob-servações a cerca de seus textos.
Franciele por sua vez, ficou de ver a possibilidade de encaminharmos um artigo à Zero Hora com nossos debates.
No texto Meritocracia em debate: sete ideias para qualificar os professores, destacamos no item 2 - Tornar a carreira mais atrativa, onde o problema: a profissão atrai, em geral, pesso-as que não se destacaram na vida escolar. Os mais talentosos procuram outras atividades, foi comentado pela colega Marja, na qual a idéia a fez lembrar da triste frase: “Quem sabe faz, quem não sabe, ensina.”.
Diante desta frase e do avançado da hora, encerramos nosso encontro por aqui, ficando o Cap. 5 da colega Franciele para a próxima aula, bem como o Cap. 6 do colega Jones.
Lembro que nossa próxima aula seria dia 12 de outubro, mas em virtude do feriado de Nossa Senhora Aparecida e do fato de que no dia 19 de outubro nossa mestra Profª. Mari estará na 33ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) em Caxambu/MG, nossa próxima aula fica marcada para 26 de outubro, onde teremos ainda a comemoração do aniversário da Profª. Mari.

Memórias do dia 28 de setembro de 2010


MEMÒRIA DIA 28/09/2010

Conforme fazemos a cada terça-feira, iniciamos a aula com a leitura da memória do seminário realizado em semana anterior. Após, Jones traz a ideia de que fizéssemos uma aula diferenciada, podendo ser no fim do mês, a partir dos conteúdos trabalhados em sala de aula, para maior fixação através de estímulo ao visual. A professora Mari, por sua vez, acha interessante a ideia e indica o Filme Stella.[1]
 
Em início de conversa, temos também sob a indicação de Mari os livros: O ofício do professor (fala também sobre o impacto das TICs) e O trabalho docente, ambos do autor Tardif, que a professora terá a oportunidade de fazer uma visita no Canadá, trazendo novidades a partir de algumas dúvidas e curiosidades que tivemos em aula. Entretanto, Mari salienta que o olhar de Tardif em relação ao profissional docente advém do que o mesmo conhece no Canadá, porém isso não significa que suas ideias não poderão ser consideradas em outros países. A revista “Educação e Sociedade” também é lembrada, especialmente por tratar em um número especial, sob a forma de dossiê, do tema saberes docentes, que estamos estudando.
Posteriormente, a colega Tana dá continuidade a alguns apontamentos acerca da leitura do capítulo 3 do livro Saberes Docentes e Formação Profissional. Entre estes, percebemos que na relação professor/aluno, pode haver uma Estimulação externa, porém a Motivação acontece internamente. Exemplo disso, o conhecimento pode ser o estímulo para a nossa motivação.
No advir dessa discussão, a professora Mari adverte que quando há muitos estímulos, esses podem até mesmo atrapalhar na aprendizagem. Onde, Jones relaciona a importância do uso da imagem, bem como da internet enquanto subsídio para esse aprendizado, no qual eu acrescento a questão do hipertexto (imagem/escrita), muito presente nas páginas e linguagem da internet atualmente.
Outra questão discutida, refere-se ao status ocupado pelos diferentes campos de conhecimento, Mari menciona que isso decorre a partir dos valores que lhes são atribuídos e também que estabelecem hierarquias. Nisso, lembro do histórico de cursos como direito e medicina, que por serem os primeiros no meio acadêmico criaram percepções diferenciadas perante a sociedade. Onde, Tana complementa no caso das licenciaturas que em outras épocas tinham uma visualização mais idealizada, “Oh, minha filha vai ser professora”, nessa perspectiva salienta que em tempos contemporâneos foi alterada essa representação do professor.
Novamente a tensão entre autoridade e autoritarismo pauta nossa discussão, onde muitas vezes o professor depara-se com situações, que deixam dúvidas quanto as ações que devem tomar, ainda mais no âmbito do momento em que vivemos, onde há a iminência de relações professor/aluno mais democráticas do que o processo histórico nos mostra em tempos passados. Outro fator tocante a autoridade condiz com o apontamento feito por Tardif (2002, p. 139) “De fato, os professores insistem frequentemente na importância de sua ‘personalidade’ como justificativa para a sua competência e como fonte de seu êxito com os alunos.”
Nessas relações humanas, entre professor e aluno faz-se também fundamental uma confluência a partir do cognitivo/afetivo. Jones sinaliza outra citação do autor, onde “Nesse tipo de atividade, a personalidade do trabalhador, suas emoções, sua afetividade fazem parte integrante do processo de trabalho: a própria pessoa, com suas qualidades, seus defeitos, sua sensibilidade [...] torna-se um instrumento de trabalho”. (TARDIF, 2002, p. 142).
No concatenar da ideia de professor enquanto trabalhador mental, professora Mari fala da importância de desenvolver, conforme aponta Terezinha Rios “Competências técnicas, estéticas, éticas, políticas...”. Ainda, a partir de um panorama ético, discutimos sobre o pesquisador no desenvolvimento de seu trabalho investigativo. Jones traz a provocação do que seria o exercício desses profissional “pesquisador ou manipulador de dados?”, onde refletimos a cerca do uso de um simples gravador e a importância de questionar os entrevistados sobre a possibilidade dessa utilização, isso revelaria uma preocupação ética com os fornecedores de informação.
Ocorre nesse momento, também a lembrança de Mari do sociólogo português  Boaventura de Souza Santos que, em pesquisa realizada em favela no Rio de Janeiro, teve  sua chegada objetada por  desconfiança, visto que menciona estar pretendendo fazer uma investigação;  como em Portugal investigação é pesquisa, no Brasil quando falou que faria isso, o grupo de pessoas pensou que seria uma investigação policial/criminal.
Por fim, visto que não conseguimos finalizar a discussão do capítulo, deixamos para que na próxima semana, no dia 05/10/2010 Jones retome com a abordagem de Tardif e eu de continuidade a partir do capítulo 5 do mesmo autor.

Memórias do dia 21 de setembro de 2010



São Leopoldo, 21 de setembro de 2010
Memória do 1° Seminário da Linha de Pesquisa II

Nosso encontro iniciou com a leitura da memória do encontro anterior realizada pelo Jones. Mesmo sendo uma terça após o feriadão estávamos cansados... aproveitamos o cansaço para problematizar as condições de estudo e trabalho dos professores nos dias atuais...
Como havia sido combinado a Marja retomou as discussões do capítulo II do livro do Tardif (Maurice Tardif, Saberes Docentes e Formação Profissional). Iniciamos as discussões da manhã com as Características do Saber Experiencial, p. 109, que são: Saber Prático; Ligado as funções dos professores; Interativo; mobilizado e modelado no âmbito das interações; Heterogêneo; Complexo; Personalizado; Existencial; Experienciado; Temporal e Social. A partir destas características retomamos pontos importantes do capítulo e demais discussões sobre o tema latentes naquele momento.
Falamos sobre o vinculo afetivo na prática pedagógica. Tardif fala sobre isto e Paulo Freire também aborda o assunto como amorosidade.  Destacamos a importância de que esta amorosidade não seja uma afetividade na maneira piegas, mas um comprometimento do educador com seu educando. Um caminho para estreitar laços de companheirismo e como a principal “forma” de vinculo com o conhecimento. Tana levantou a questão recorrente de alunos que gostam do professor e em gostando dele gostam da matéria/disciplina por ele ministrada.
Professora Mari trouxe a discussão dos professores iniciantes que ao chegarem na escola deparam-se com inúmeros desafios. Ficam muitas vezes sem apoio pedagógico e quem os auxilia geralmente são os pares com quem aprendem bastante. Discutimos sobre os estágios, as relações de poder nele estabelecidos, falta de apoio e ainda sobre a importância de se valorizar este espaço de aprendizado que muitas vezes são experiências decisivas na carreira docente. Falamos sobre o Programa PIBID, discutimos sobre o que conhecíamos e levantamos a possibilidade de solicitar a professora Eli que nos relatasse sobre esta experiência de iniciação a docência na UNISINOS.
A Franci nos trouxe a discussão de que os professores sofrem pressão do meio social em que estão inseridos e são “cobrados” freqüentemente, ao mesmo tempo em que cobram de si mesmos os resultados dele esperados. Discutimos os desafios do ensino superior e a Prof. Mari nos prometeu enviar um texto escrito por  Eduardo Pinto e Silva e João dos Reis Silva Júnior  sobre o professor universitário.
Entramos nas discussões do capítulo III, O Trabalho Docente, a pedagogia e o ensino – interações humanas, tecnologias e dilemas que a  Tana coordenou.
Falamos sobre fazer escolhas durante a prática pedagógica, que ensinar é constantemente fazer escolhas e que a experiência ajuda a realizá-las.
Discutimos ainda sobre a questão do controle, Tardif nos fala que o professor não pode ter a pretensão de quem tem o controle total sobre o processo de aprendizagem. Nada nem ninguém pode forçar o aluno a aprender se ele mesmo não se empenhar no processo de aprendizagem, p. 132.
Nossas discussões encerram no item 4, ficando a Tana responsável de, no próximo encontro, concluir as discussões deste capítulo e passar a palavra ao Jones, que coordenará as discussões emergentes do capítulo 4.
As discussões e a leitura deste livro tem sido de grande valia para todo o grupo. Os temas discutidos nos nossos encontros, além de estarem diretamente ligados aos desafios/alegrias atuais da educação vêm ao encontro das discussões que estamos abordando nas nossas pesquisas. Nossos encontros tem sido proveitosos aos estudos de cada um e muito agradáveis.

Presentes no encontro: Prof. Mari, Tana, Marja, Jones e Franci.
Responsável pela construção desta memória: Marja


Memórias do dia 14 de setembro de 2010


Participantes:
Profª Drª. Mari Margarete Forster;

Mestranda Franciele Zarpelon Corrêa
Mestrando Jones Quadros da Silva
Mestranda Marja Leão Braccini
Mestranda Tana Cassia Malacarne Martins


Memórias de um seminário:
São Leopoldo, 14 de Setembro de 2010

No dia 14 de setembro de 2010 iniciamos mais um encontro do seminário Seminário da Linha de Pesquisa II – Formação de Professores, Saberes Docentes e Mediações Pedagógicas. Neste encontro quem ficou de responsável pelas memórias foi o Jones.
No inicio das atividades a professora Mari leu a memória do nosso encontro do dia 31 de agosto.
A Tana trouxe para discussão a idéia do Jones para colocarmos o material estudado e registrado em aula em um blog, no primeiro momento seriam colocadas todas as memórias feitas a cada aula, e com o decorrer dos encontros colocaríamos outros materiais de pesquisa vistos nos encontros. O grupo reagiu de forma positiva, e a idéia foi aceita por todos do grupo, ficou também acertado que todos iriam ajudar nas postagens dos materiais. 

A Tana trouxe também como sugestão para o decorrer do semestre a leitura do livro Saber, Ciência, Ação dos autores André Morin, Gilles Gadoua e Gérard Potvin.
Na continuidade do encontro a professora Mari trouxe o encerramento das discussões do capítulo 1 (Os professores diante do saber: esboço de uma problemática do saber docente) do livro Sabres Docentes & Formação Profissional. A professora Mari apresentou um trecho do capítulo 1 para iniciarmos as discussões e questionamentos sobre os saberes: “Um professor é, antes de tudo, alguém que sabe alguma coisa e cuja função consiste em transmitir esse saber a outros” (TARDIF, 2002, p. 31).
Com estas discussões vieram alguns questionamentos que estão no material que a professora Mari entregou no início deste encontro. Outros questionamentos que vieram nas discussões foram se os professores são apenas “transmissores” de saberes produzidos?  O professor em sala de aula se sente criador de novos saberes ou apenas “transmissores” de saberes já prontos? Qual a valorização deste professor?
Nestas discussões foi trazido pelo grupo quanto estas produções dos saberes pelos professores, faz com que o professor tenha um reconhecimento, uma valorização e um crescimento profissional. A professora Mari e a Marja trouxeram exemplos vividos sobre estas experiências de professores que estão nas escolas na construção dos saberes juntamente com seus alunos.
Outros assuntos discutidos foram dos saberes disciplinares, curriculares, profissionais e experienciais, que é tratado nas páginas 36 a 39 do livro. Os saberes experienciais são os vividos pelos professores em sala de aula, é a prática em sala de aula. Os saberes profissionais são os transmitidos pelas instituições de formação, que são os saberes para serem utilizados na profissão. Os saberes disciplinares são os produzidos pelas ciências da educação e dos saberes pedagógicos. Os saberes curriculares são os que estão no currículo, nos programas escolares (objetivo, conteúdos, métodos) que os professores devem aprender a aplicar.
Para finalizar o capítulo 1 o autor deixa uma provocação quanto aos saberes: “Diante dessa situação, os saberes experienciais surgem como núcleo vital do saber docente, núcleo a partir do qual os professores tentam transformar suas relações de exterioridade com os saberes em relações de interioridade com sua própria prática. Neste sentido, os saberes experienciais não são saberes como os demais; são, ao contrário, formados de todos os demais, mas retraduzidos, “polidos” e submetidos às certezas construídas na prática e na experiência. Entretanto, para concluir, caberia perguntar se o corpo docente não lucraria em liberar os seus saberes da prática cotidiana e da experiência vivida, de modo a levá-los a serem reconhecidos, por outros grupos produtores de saberes e impor-se, desse modo, enquanto grupo produtor de um saber oriundo de sua prática e sobre o qual poderia reivindicar um controle socialmente legítimo. (TARDIF, 2002, p. 54).
Depois de um breve intervalo iniciamos as discussões do segundo capítulo do livro do Tardif, apresentado pela Marja.
A professora Mari leu o seguinte trecho do livro: “Em termos sociológicos, pode-se dizer que o trabalho modifica a identidade do trabalhador, pois trabalhar não é somente fazer alguma coisa, mas fazer alguma coisa de si mesmo, consigo mesmo.” (TARDIF, 2002, p. 56).
Durante as discussões dos saberes da academia e os saberes produzidos pelos professores em sala de aula veio a frase do autor Clemon Gauthier “Os professores vêem a academia com os saberes e sem o oficio e a academia vê os professores com oficio e sem os saberes.”
Na página 63 do livro é apresentado o quadro “os saberes dos professores”, onde há os saberes dos professores, com as fontes sociais de aquisição e os modos de integração no trabalho docente.
Outro assunto discutido pelo grupo foi o conceito de sincretismo, que foi colocado pela professora Mari como uma visão do todo indiferenciada e a síntese é a visão do todo diferenciada. Nas páginas 64 a 66 do livro o autor traz este conceito também.
Para o próximo encontro ficou combinado da Marja encerrar as discussões sobre o capítulo 2 do livro e a Tana iniciar as discussões do capítulo 3 do mesmo livro.