terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias do dia 28 de setembro de 2010


MEMÒRIA DIA 28/09/2010

Conforme fazemos a cada terça-feira, iniciamos a aula com a leitura da memória do seminário realizado em semana anterior. Após, Jones traz a ideia de que fizéssemos uma aula diferenciada, podendo ser no fim do mês, a partir dos conteúdos trabalhados em sala de aula, para maior fixação através de estímulo ao visual. A professora Mari, por sua vez, acha interessante a ideia e indica o Filme Stella.[1]
 
Em início de conversa, temos também sob a indicação de Mari os livros: O ofício do professor (fala também sobre o impacto das TICs) e O trabalho docente, ambos do autor Tardif, que a professora terá a oportunidade de fazer uma visita no Canadá, trazendo novidades a partir de algumas dúvidas e curiosidades que tivemos em aula. Entretanto, Mari salienta que o olhar de Tardif em relação ao profissional docente advém do que o mesmo conhece no Canadá, porém isso não significa que suas ideias não poderão ser consideradas em outros países. A revista “Educação e Sociedade” também é lembrada, especialmente por tratar em um número especial, sob a forma de dossiê, do tema saberes docentes, que estamos estudando.
Posteriormente, a colega Tana dá continuidade a alguns apontamentos acerca da leitura do capítulo 3 do livro Saberes Docentes e Formação Profissional. Entre estes, percebemos que na relação professor/aluno, pode haver uma Estimulação externa, porém a Motivação acontece internamente. Exemplo disso, o conhecimento pode ser o estímulo para a nossa motivação.
No advir dessa discussão, a professora Mari adverte que quando há muitos estímulos, esses podem até mesmo atrapalhar na aprendizagem. Onde, Jones relaciona a importância do uso da imagem, bem como da internet enquanto subsídio para esse aprendizado, no qual eu acrescento a questão do hipertexto (imagem/escrita), muito presente nas páginas e linguagem da internet atualmente.
Outra questão discutida, refere-se ao status ocupado pelos diferentes campos de conhecimento, Mari menciona que isso decorre a partir dos valores que lhes são atribuídos e também que estabelecem hierarquias. Nisso, lembro do histórico de cursos como direito e medicina, que por serem os primeiros no meio acadêmico criaram percepções diferenciadas perante a sociedade. Onde, Tana complementa no caso das licenciaturas que em outras épocas tinham uma visualização mais idealizada, “Oh, minha filha vai ser professora”, nessa perspectiva salienta que em tempos contemporâneos foi alterada essa representação do professor.
Novamente a tensão entre autoridade e autoritarismo pauta nossa discussão, onde muitas vezes o professor depara-se com situações, que deixam dúvidas quanto as ações que devem tomar, ainda mais no âmbito do momento em que vivemos, onde há a iminência de relações professor/aluno mais democráticas do que o processo histórico nos mostra em tempos passados. Outro fator tocante a autoridade condiz com o apontamento feito por Tardif (2002, p. 139) “De fato, os professores insistem frequentemente na importância de sua ‘personalidade’ como justificativa para a sua competência e como fonte de seu êxito com os alunos.”
Nessas relações humanas, entre professor e aluno faz-se também fundamental uma confluência a partir do cognitivo/afetivo. Jones sinaliza outra citação do autor, onde “Nesse tipo de atividade, a personalidade do trabalhador, suas emoções, sua afetividade fazem parte integrante do processo de trabalho: a própria pessoa, com suas qualidades, seus defeitos, sua sensibilidade [...] torna-se um instrumento de trabalho”. (TARDIF, 2002, p. 142).
No concatenar da ideia de professor enquanto trabalhador mental, professora Mari fala da importância de desenvolver, conforme aponta Terezinha Rios “Competências técnicas, estéticas, éticas, políticas...”. Ainda, a partir de um panorama ético, discutimos sobre o pesquisador no desenvolvimento de seu trabalho investigativo. Jones traz a provocação do que seria o exercício desses profissional “pesquisador ou manipulador de dados?”, onde refletimos a cerca do uso de um simples gravador e a importância de questionar os entrevistados sobre a possibilidade dessa utilização, isso revelaria uma preocupação ética com os fornecedores de informação.
Ocorre nesse momento, também a lembrança de Mari do sociólogo português  Boaventura de Souza Santos que, em pesquisa realizada em favela no Rio de Janeiro, teve  sua chegada objetada por  desconfiança, visto que menciona estar pretendendo fazer uma investigação;  como em Portugal investigação é pesquisa, no Brasil quando falou que faria isso, o grupo de pessoas pensou que seria uma investigação policial/criminal.
Por fim, visto que não conseguimos finalizar a discussão do capítulo, deixamos para que na próxima semana, no dia 05/10/2010 Jones retome com a abordagem de Tardif e eu de continuidade a partir do capítulo 5 do mesmo autor.

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