sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Memórias

          Na manhã do dia 31 de agosto de 2010, aconteceu na dependência da sala 1E101 do Programa de Pós-graduação em Educação da UNISINOS, o terceiro encontro do Seminário da Linha de Pesquisa II – Formação de Professores, Saberes Docentes e Mediações Pedagógicas.
Na oportunidade, a colega Tana realizou a leitura da memória referente ao seminário ocorrido no dia 24 de agosto de 2010. Como a colega Marja não pode se fazer presente, a memória deste dia ficou sob minha responsabilidade. Na sequência, a professora Mari inicia a aula com a seguinte questão: O que é saber?
Tana: “O que eu sei...” Jones: “O conhecimento adquirido”  Franciele: “Habilidades” (argumentativo)
Dessa forma, podemos ainda compreender a natureza dos saberes enquanto “conhecimentos, saber-fazer, competências, habilidades, etc.”. (TARDIF, 2002, p. 10)
Nesse mesmo instante, a professora Mari entrega folha de resumo da introdução do livro, que contém alguns questionamentos que foram posteriormente lidos e refletidos para a nossa discussão. No decorrer da leitura deste, que faz um recorte da obra: Saberes Docentes e Formação Profissional, de Maurice Tardif (2002), percebe-se que algumas ideias ficam bem pontuadas pelo autor. Vejamos:
Para ele, nossas experiências pessoais são muitas vezes mais importantes do que os saberes adquiridos em nossa formação acadêmica. Assim, segundo Tardif (2002, p. 11) “O saber dos professores está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com sua história profissional, com suas relações com os alunos em sala de aula e com os outros atores escolares na escola”.
Nessa dinâmica, a professora Mari relembra de uma ocasião em que encontrou-se com Tardif, onde o mesmo fez distinção entre professor universitário  e professor de profissão. Sendo assim, a professora questiona: Mas então eu não sou professora de profissão? Tardif reflete sobre o assunto e considera que não pretendia dar margem a essa interpretação, ou seja, apenas quis referenciar o professor de profissão como aquele que estava em sala de aula, no advir de uma experiência que o constituiu enquanto professor. Entretanto, diante da indagação a ele feita, decidiu não fazer mais essa diferenciação.
Algumas considerações realizadas pela professora Mari acerca dos saberes:
Ø  “Não devemos criar profecia ou preconceito sobre os saberes – Ex: Se o aluno sabe matemática não vai saber português”;
Ø  “Há uma especificidade de saberes docentes – Ex: O ensino de ...”
Ø  “Todos podem aprender, como também cada pessoa tem seu tempo e habilidades mais refinadas do que outras”.
        Na medida em que saboreávamos o chimarrão trazido por Jones, acompanhado das bolachas e biscoitos que a professora Mari trouxe, também dávamos continuidade a nossa reflexão, de acordo com os conceitos do livro, mas especialmente pelas experiências recordadas e socializadas por nossa docente. Vejamos:
Para exemplificar como os saberes docentes possuem uma especificidade, ou seja, tem por objetivo ensinar algo a alguém, Mari cita uma aluna que conhecia muito sobre história, mas não sabia ser professora. Ao perceber isso, a mesma decide fazer uma pesquisa sobre professores iniciantes, seus defrontamentos de início de carreira e suas principais dificuldades.
Nesse anseio, ainda na dimensão dos saberes docentes, tendo como prévia o “saber ensinar”, faz-se importante o questionamento: O aluno está aprendendo? Nessa medida, o professor pode questionar-se sobre a concepção de conhecimento e as situações que cria para a reflexão, onde também pode perceber que não é apenas um determinado método que vai fazer com que o aluno aprenda. Tardif (2002) pontua ainda, que é necessário estar aberto para uma ampla variedade de saberes. 
Dois aspectos importantes foram tencionados quanto a formação profissional do professor e a constituição de seus saberes: mentalismo e sociologismo. Nessa perspectiva de estudos, Tardif (2002) procura dimensionar uma inter-relação entre o mentalismo (saber individual; ator) e sociologismo (saber social; sistema), visualizado como um todo.
 Entretanto, faz um alerta quanto a utilização de seus extremos, ou seja, evitar o mentalismo que visualiza os sujeitos/individuais e esquece da relação social de aquisição de saberes, bem como escapar do sociologismo que elimina os atores, tratando os professores apenas como produção social.
Finalizamos nossa aula com a tarefa que contempla o estudo do 1º e 2º capítulo do mesmo livro de Tardif (2002),  para a aula do dia 14 de setembro de 2010, visto que em semana anterior será o feriado de Independência do Brasil.

 Maurice tardif - Pesquisador canadense conhecido internacionalmente, é professor titular na Universidade de Montreal, onde dirige o mais importante centro de pesquisa canadense sobre a profissão docente. Atualmente, é reitor de uma universidade na Suíça. Ele é filósofo e sociólogo de formação, seus trabalhos são traduzidos e publicados em vários países. Nos últimos anos, foram publicadas várias de suas obras sobre o ensino, entre as quais: O trabalho docente no cotidiano (Bélgica, 2000); Formação dos professores e contextos sociais (França, 1998); A profissão docente: história, sistema e estrutura (Canadá, 1996).
UNISINOS – PPG em Educação. 2010/02

Nenhum comentário:

Postar um comentário